O processo de apropriação da casa: separando o deslumbramento da satisfação

Autores

  • Gabriela Morais Pereira Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Carolina Palermo Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

O ensaio trata da satisfação residencial em unidades produzidas por programas de governo no Brasil. Satisfação residencial é decorrente do processo de apropriação da casa e ocorre nos primeiros anos de ocupação de um novo espaço de moradia. Apropriar-se significa dotar a moradia de significados e representações que dizem respeito, mais do que às dimensões físicas e ao atendimento das necessidades programáticas, aos aspectos simbólicos relativos ao bem estar, pertencimento e identidade. Tais percepções recebem interferência direta do que ocorre já nos primeiros meses de ocupação, com sentimentos que podem ir do deslumbramento (quando a nova casa é percebida como melhor – mesmo que não o seja de fato – que a anterior) ao choque (quando a nova casa é percebida como pior – mesmo que não o seja de fato – que a anterior). Saber isolar o eco do deslumbramento ou choque na opinião do morador a respeito de sua nova moradia é vital para o pesquisador identificar o potencial de adequação do espaço à família usuária e a real medida da satisfação expressa. O artigo inclui estudo de caso realizado junto a moradores de conjuntos produzidos por programas federais nos últimos 04 anos no Estado de Santa Catarina, Brasil.

Biografia do Autor

Gabriela Morais Pereira, Universidade do Estado de Santa Catarina

Arquiteta e Urbanista, doutora da Universidade Federal de Santa Catarina, professora adjunta Universidade do Estado de Santa Catarina.

Carolina Palermo, Universidade Federal de Santa Catarina

Arquiteta Universidade Federal de Pernambuco, Mestre em Arquitetura Escola de Engenharia de São Carlos/USP, Mestre em Architecture École Darchitecture de Nancy/França e Doutora em Sciences Phisiques Université de Metz/França. Professora voluntária da Universidade Federal de Santa Catarina.